sábado, 2 de outubro de 2010

A vida não para, a história é agora

O porquê de votar em Tarso Genro neste domingo

Tarso comandou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, foi Ministro das Relações Institucionais,Ministro da Educação, Ministro da Justiça.

Na Educação, tornou possível o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, expandindo as escolas técnicas federais, o que é um caminho imprescindível para a superação da baixa qualidade da mão-de-obra brasileira e garantia de melhores oportunidades de emprego. Também criou o ProUni, que está trazendo para a educação superior mais de 700 mil jovens de baixa-renda (70% com bolsa integral) e forma em 2010 os primeiros 425 jovens médicos graças ao programa. Comentando sobre o Programa, Lula disse: Não sei se até o dia 1º de janeiro vamos ter outra fotografia mais bonita do que essa para justificar a nossa passagem pelo governo. Porque o Brasil historicamente foi governado e pensado para atender uma pequena parcela da sociedade. Dava-se de barato que uma parte da sociedade tinha direitos e que poderiam fazer curso de doutorado, de graduação e de mestrado, e outra parte que estava predestinada a terminar o ensino fundamental, com muito custo fazer o secundário, e muito mais custo ainda arrumar um emprego. A revalorização das universidades públicas foi fundamental durante o governo Lula, tanto recentemente reitores de universidades federais divulgaram o manifesto Educação – O Brasil no Rumo Certo


Na Justiça, Tarso reestruturou a Polícia Federal e lançou o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, destacando a valorização dos profissionais de segurança pública, a reestruturação do sistema penitenciário, o combate à corrupção policial e o envolvimento da comunidade na prevenção da violência. Para o desenvolvimento do Programa, o governo federal investirá R$ 6,707 bilhões até o fim de 2012. O Pronasci tem uma dimensão nunca antes vista no combate à violência, irradia-se para diversas áreas, desde as Unidades de Polícia Pacificadora que vêm pacificando diversas regiões do Rio de Janeiro e consequentemente fazendo valer a presença do Estado nestas áreas historicamente relegadas a um poder paralelo, até programas como o Viva Voz. Além disso criou a Comissão de Anistia que realizando as Caravanas da Anistia busca efetivar os preceitos da Justiça de Transição, seguindo o melhor da jurisprudência internacional, como o defendido pela Corte de Direitos Humanos da OEA.

Focando agora no Rio Grande do Sul:

Há um ponto muito simples que é relegado pelos eleitores (em grande parte por desconhecimento) mas que deve ser colocado na comparação da candidatura de Tarso com a de Yeda e de Fogaça: a coordenação de campanha e a construção dos projetos de governo.

O responsável pela campanha de Tarso é Flávio Koutzii, homem que deve servir de exemplo para o Legislativo gaúcho e nacional (aqui entrevista na qual ele analisa o PT dos últimos anos).

A campanha de Yeda é coordenada por Ricardo Lied, envolvido, dentre outros, no recente escândalo de espionagem realizado de dentro da Casa Militar, “o nome de Ricardo Lied, ex-chefe de gabinete da governadora, hoje trabalhando na coordenação da campanha da mesma, aparece nos pedidos de 'investigação' que eram feitos ao sargento César. Tudo em nome da segurança da governadora, é claro, incluindo aí o 'perigoso' filho, de oito anos de idade, da deputada Stela Farias (PT)" (mais aqui). "Em setembro de 2009, a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Porto Alegre ajuizou ação civil pública de responsabilidade por atos de improbidade administrativa contra Ricardo Lied e dois delegados de Polícia do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico, por violação do sigilo profissional. No dia 14 de julho de 2009, eles informaram ao então Diretor-Presidente do Detran, Sérgio Luiz Buchmann, que iriam realizar busca e apreensão na residência de seu filho. Para a Promotoria, 'os três colocaram em risco o resultado da diligência futura'. Conforme a petição inicial, Ricardo Lied e os delegados violaram o artigo 11, caput e inciso III, da Lei nº 8.429/92, estando sujeitos às sanções do art. 12, inciso III, da mesma Lei, que prevê o pagamento de multa civil e a suspensão dos direitos políticos. Não é a única acusação de violação de sigilo que pesa sobre Lied. Ele também foi acusado por Adão Paiani de ter usado o aparato de segurança do Estado para espionar o ex-deputado Luis Fernando Schmidt (PT), candidato a prefeito de Lajeado, em 2008. Documentos revelados agora, após a prisão do sargento César Rodrigues de Carvalho, que atuava como segurança da governadora Yeda na Casa Militar do Palácio Piratini, confirmam o envolvimento de Lied no caso. Lied também foi flagrado em conversas suspeitas com o ex-presidente da Câmara Municipal de Lajeado, Márcio Klaus (PSDB), preso antes da eleição de 2008 sob a acusação de compra de votos" (mais aqui)

A coordenação da campanha de Fogaça é oficialmente de Mendes Ribeiro Filho, só que devido às pesquisas...“A página 8 de Zero Hora da última quinta-feira (dia 9) pode vir a ser uma das mais significativas de toda a disputa eleitoral pelo governo do Rio Grande do Sul em 2010. No alto da página, lê-se: Nova cartada – Campanha de Fogaça se rende e convoca Padilha(...)Quando foi ministro dos Transportes do governo FHC, foi alvo de suspeitas de superfaturamento de obras cujo desfalque aos cofres públicos chegou à casa das centenas de milhões de reais. E foi justamente por essa fama que a campanha de Fogaça resistiu o quanto pode em tê-lo por perto. Ainda na página 8 de ZH, pode-se ler que “líderes do PMDB afirmam que Fogaça…resistiu até onde podia à idéia de envolver Padilha na campanha. A intenção principal seria evitar, em um eventual governo, a partilha de cargos com o deputado – que é investigado pelo Supremo Tribunal Federal por suspeitas de envolvimento em irregularidades apuradas pela Operação Solidária". Mas apesar de tudo, Padilha continua muito poderoso. Tanto que ao noticiar sua entrada em definitivo na campanha do PMDB, ZH diz que "Fogaça se rende". Como assim, “se rende”? Por que um candidato a governador precisaria “se render” a alguém que é seu companheiro de partido e ocupa uma das principais funções do diretório estadual? (mais aqui)


Sobre o programa de governo:

O programa de governo de Tarso Genro e Beto Grill foi construído de forma completamente diferente ao "tradicional", realizaram-se diversas Caravanas Pelo Rio Grande organizando encontros para debate de propostas. Pro pessoal que gosta de propagandear democracia direta: se liguem, isso aqui é uma ideia excelente de mobilização democrática e construção popular de parâmetros para futuras decisões de governo, invistam nisto. “Ao longo dos últimos meses reunimos experiências, visões, classes sociais, universidades, sindicatos, associações empresariais, movimentos sociais, entidades, cooperativas, ONGs e governos, através das caravanas, reuniões, plenárias, seminários e debates realizados por todo Estado. É hora de pensar muito no que foi dito e no que precisamos fazer. Com as Caravanas Pelo Rio Grande, que contaram sempre com a presença do nosso candidato, Tarso Genro, e uma série de outras formas de participação, fomos a todas as regiões do Estado, reunimos todos os segmentos sociais e temáticos, criamos ambientes e redes de participação direta para ouvir, Recepcionar e montar uma proposta de governo com a marca da sociedade gaúcha. É emocionante receber em mãos uma pequena carta com anotações que sintetizam os anseios de toda uma comunidade ou uma ideia postada no site com os sonhos de uma jovem. Assim como documentos mais acabados de associações, de representantes da sociedade organizada (página 1)”

O PMDB de Fogaça deu sustentação ao governo Yeda e agora quer se apresentar como candidatura de mudança, em março Marco Weissheimer escreveu: Será curiosa a relação entre PMDB e PSDB na campanha eleitoral. O que o PMDB dirá do governo Yeda? Que é um governo corrupto? Que paralisou o Estado? E o que Yeda dirá do PMDB? Que é um partido ingrato e insaciável? Que é um partido que também está atolado em denúncias de corrupção no Estado? Quem pacificará o clima entre PMDB e PSDB na campanha eleitoral? Um sabe muito da vida do outro. Da vida oficial e da clandestina. O que, afinal, distinguirá Yeda de Fogaça na disputa ao governo do Estado? (mais aqui)

Fogaça investiu mais em publicidade do que em Saúde, o que me espanta é o autoproclamado “povo mais culto do Brasil” não se rebelar contra isto. Ainda há a questão de improbidade administrativa quanto à contratação do Instituto Sollus para o gerenciamento do Programa de Saúde da Família. Talvez a mais importante contribuição do governo do PT para Porto Alegre tenha sido a construção do Orçamento Participativo, com Fogaça ocorre o desmanche deste projeto de caráter democrático e popular na tomada de decisões políticas. Em março, Paulo Muzzel escreveu aqui: "Desde 2005, mas especialmente a partir de 2007, o OP entra em série crise. Grande aumento do número de demandas não atendidas, redução do número de participantes das plenárias, descaso do governo com a prestação de contas. Em 2009 chegamos ao absurdo: o boletim de fevereiro/2010 de CIDADE informa que o governo ainda não prestou contas das demandas atendidas do plano de investimento/2009. E mais: em pleno mês de março, ainda não editou o documento com as demandas do plano de investimentos de 2010!!

Consultando os registros do OP confirma-se totalmente o que afirma CIDADE. No período do “pico” do funcionamento do OP – o quadriênio 1997/2000 – o governo municipal se comprometia atender em média cerca de 400 demandas por ano. Efetivamente atendia um percentual da ordem de 95%, o que significa dizer cerca de 380 demandas/ano. Entre 2005 e 2008 das cerca de 200 demandas anuais, são atendidas pouco mais de um terço, ou seja, algo em torno de 70 ou 80 demandas por ano. Conclui-se que o ritmo de atendimento das demandas no governo Fogaça reduziu-se a menos de um quinto comparado com o que era realizado há pouco mais de dez anos atrás. E em 2008 o colapso: apenas 12% das pouco mais de 200 demandas foram atendidas! CIDADE informa, também, que em 2008 apenas 8% dos investimentos se destinaram ao atendimento das demandas do OP. Como a taxa efetiva de investimento no orçamento municipal é hoje de cerca de 5%, significa dizer que o OP responde por apenas 0,4% da despesa total da Prefeitura. Em outras palavras: 99,6% das despesas do orçamento da Prefeitura independem, não passam por decisões do OP."

Só mais uma questão sobre Fogaça: ele brincou com aquele papo de imparcialidade ativa né? Prefiro acreditar que sim, porque do contrário perdeu o respeito. “Imparcialidade ativa não é uma posição em cima do muro. É uma posição altamente proativa, efetiva, em favor da nossa eleição aqui no Rio Grande do Sul. Uma posição extremamente corajosa inclusive”.

Sobre Yeda não há muito o que falar, não vou me estender muito mais por aqui. É uma pena para o estado a forma como o PSDB gaúcho se comporta e enxerga o republicanismo.

Um governo de Tarso Genro e Beto Grill promete ser um governo de coalizão. O PT aprendeu com os erros do passado a valorizar mais os aliados, atuando contra seu próprio isolamento. O caráter democrático e popular, desde as Caravanas para elaboração do projeto de governo é fantástico e deve ser um ponto importante para a decisão de amanhã, o lançamento da Carta aos Gaúchos e Gaúchas e o Manifesto da Cultura, assim como o vínculo de Tarso com a segurança e a educação. O Rio Grande do Sul pode se tornar o estado modelo para aplicação do Pronasci, renovando as políticas de segurança pública no estado e no Brasil. Para corroborar a decisão de amanhã, alguns apoios à candidatura Tarso-Beto:

Juristas e professores elogiam Tarso Genro e pedem continuidade de políticas na Justiça


Campanha de Tarso recebe apoio de juristas e vítimas da ditadura


Artistas, músicos e intelectuais assinam documento em apoio a Tarso

Ao longo dessa campanha, fizemos muitos gestos. Caminhamos por esse Rio Grande e palmilhamos todas as regiões. Nós vimos o encantamento e a consciência política desse estado ser reavivada em torno do nosso projeto. E esta consciência política, ela repousa no coração e no espírito de cada um de nós. Que se transforma em coletivo e que se transforma, portanto, numa ampla maioria popular que sabe o que quer, que sabe para onde vai e que vai construir um Rio Grande do Sul melhor para todos.

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