quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

WIKILEAKS

Os valores principais são: homens capazes e generosos não criam vítimas, eles cuidam das vítimas.

Já tinha visto no TED, mas fui lembrado por um post do Diário Gauche da entrevista de Julian Assange. O cara já começa com uma resposta sensacional:

Chris Anderson: Foi divulgado que o Wikileaks, seu bebê, divulgou nos últimos anos, mais documentos sigilosos do que o resto de toda mídia do mundo junta. Isso pode ser verdade?

Julian Assange: É, isso pode ser verdade? É uma preocupação não é? Que o resto da mídia do mundo esteja fazendo um trabalho tão ruim que um grupinho de ativistas consegue publicar mais informações desse tipo.





Como diz o nome, a inspiração do site vem da Wikipédia e seu espírito de colaboração. Fundado em 2007, o WikiLeaks, segundo Assange, especializou-se em permitir a pessoas “censuradas”, sobretudo jornalistas investigativos, que publiquem sob completa confidencialidade informações consideradas importantes. Por trás do site está a Sunshine Press. É uma organização financiada por ativistas de direitos humanos, jornalistas investigativos, gente do mundo da alta tecnologia e o público em geral. O site não trabalha com conteúdo impresso.“Em três anos, o WikiLeaks já deu mais furos que o Washington Post nos últimos 30”, comentou alguém, na semana passada, diante da produtividade investigativa do WikiLeaks.

Assange e o WikiLeaks ganharam notoriedade planetária em abril de 2010. O motivo disso foi a divulgação, pelo WikiLeaks, de dois vídeos com áudio que mostram o ataque, a partir de um par de helicópteros Apaches do Exército americano, a um grupo de pessoas em Bagdá, a capital do Iraque. Um dos vídeos é extenso, o outro é a versão curta. Era julho de 2007, e os disparos mataram 12 pessoas, além de ferir duas crianças. Entre os mortos estavam dois funcionários da agência de notícias Reuters; um fotógrafo, de 22 anos, e seu assistente e motorista. A câmara do fotógrafo foi confundida com uma arma e a turma toda, que vinha caminhando pelas ruas de Bagdá, foi tomada como “insurgentes”, a designação dos que combatem a presença americana no Iraque.

Sobre a acusação de estupro:

A Suécia tem uma lei draconiana em relação a estupros. Você pode ser processado por estupro se começar uma sessão sexual com preservativo e terminá-la sem. (Aparentemente, foi este o caso de Assange.) Em nenhum país da União Européia o índice de denúnciais formais de estupro é parecido com o da Suécia. Parece fazer parte da cultura feminina sueca de autoafirmação acusar homens de estupro. Nasceu daí a recomendação anedótica: vai copular com uma sueca? Pegue antes uma autorização por escrito.

E guarde.

Tudo isso posto, Assange parece ter vacilado e sido vítima de si próprio. Um artigo do jornal britânico Guardian feito na Suécia relata que ele aparentemete fora avisado das peculiaridades suecas sobre sexo. Uma pessoa ouvida pelo Guardian diz ter falado a Assange que ele poderia ter problemas legais caso se comportasse sexualmente como parece ser seu padrão. Batata. As suecas Anna Ardin e Sofia Wilen acabaram indo à justiça contra ele, para imensa felicidade de governos de todo o mundo.


Do Mauricio Santoro. Links do original:

A reação das autoridades mundiais, em particular nos Estados Unidos, foi violenta e extrema, com o surgimento de uma acusação de estupro contra o fundador do site, acompanhada por um mandado de prisão emitido pela Interpol. Medo do quê mais o Wikileaks pode divulgar... O que há de pior nas mensagens é a constatação de como os diplomatas americanos têm cruzado a fronteira da espionagem com freqüência perturbadora. Com o agravante de que os documentos divulgados até agora não são top secret, em geral são despachos rotineiros de embaixadores para seus ministérios. Não houve, por exemplo, nenhum texto produzido exclusivamente para chefes de Estado ou escalões superiores restritos.

Houve boa quantidade de documentos relativos ao Brasil, o que mostra a importância crescente do país para os Estados Unidos. Os temas envolvem críticas ao combate brasileiro ao terrorismo (avaliações negativas do governo, mas elogiosas da Polícia Federal e das ações do Ministério da Fazenda na repressão a crimes financeiros), acompanhamento do papel de “potência emergente” (negociações com o Irã, aproximação com a França).



Brasil

HezbollahLibaneses trabalhariam em São Paulo para financiar o grupo

Lei antiterrorDilma é responsabilizada por barrar projeto de lei em 2008

TerroristasSuspeitos seriam presos sob acusação de narcotráfico

AntiamericanismoMinistro da Defesa teria dito que secretário do Itamaraty odeia os EUA

BolíviaNelso Jobim teria dito que Evo Morales tem tumor nasal

Plano de DefesaEUA criticam projeto e dizem que submarino nuclear é ‘elefante branco’

OlimpíadasDiplomata admite possibilidade de haver ataques durante Rio-2016

AmazôniaEUA dizem que Brasil é paranóico com o assunto

GuantánamoBrasil rejeitou refúgio para presos de Guantánamo

Venezuela - Governo Lula teria negociado com EUA apoio à oposição venezuelana

AviõesEUA interferiram em negociações sobre compras de caças

EUA

Espionagem na ONUHillary Clinton teria ordenado espionagem sobre funcionários da entidade

LíderesDiplomatas relataram impressões sobre líderes com termos pejorativos

GuantánamoEUA ofereceram visita de Obama e milhões de dólares para quem recebesse presos

Armas nuclearesEUA mantêm armas nucleares na Holanda, Bélgica, Alemanha e Turquia

Locais estratégicos - Site divulga lista de locais ‘vitais’ para segurança nacional dos EUA

Reino Unido

ParanoiaPaís se tornou ‘paranoico’ sobre relação com EUA

Irã

Arábia SauditaRei Abdullah teria pedido aos EUA que atacasse Irã para frear programa nuclear

Supremo líder - Aiatolá Ali Khamenei, supremo líder do país, teria câncer terminal

MísseisCoreia do Norte forneceu foguetes de potencial nuclear ao Irã

UrânioRelatório aponta que Irã busca combustível nuclear na América Latina

LíbanoIrã teria usado ambulâncias do Crescente Vermelho para levar armas ao Hezbollah

Rússia

MáfiaRússia é chamada de ‘Estado mafioso’ em documento

Paquistão

Armas nucleares - EUA temiam uso de material radioativo em atentados e tentam remover urânio de reatores

Infiltração - Soldados dos EUA foram infiltrados nas forças paquistanesas

Resposta militar - Paquistão teria ‘resposta militar’ a ataque da Índia

América Latina

HondurasEUA afirmam que Manuel Zelaya foi deposto por um golpe

ArgentinaEUA pediram relatório sobre o estado de saúde mental de Cristina Kirchner

CubaCuba dá refúgio a integrantes do ETA e Farc

México - Calderón pede ‘presença visível’ dos EUA

Egito

Nuclear - Egito cogita bomba atômica, segundo telegrama vazado

China

Google – China contratou rede de hackers desde 2002 e teria invadido o servidor do site em janeiro

Tensão nas Coreias- Pequim estaria disposta a abandonar Coreia do Norte e apoioar reunificação coreana

EspionagemEx-permiê de Cingapura diz que Mianmar, Camboja e Laos espionam para Pequim

+ Google - China ordenou ataque ao site do buscador

Oriente Médio

IsraelGoverno consultou líderes palestinos e do Egito antes de atacar a Faixa de Gaza, em 2008

Oriente MédioNetanyahu apoia troca territorial com palestinos

Igualdade, justiça e liberdade são mais que palavras. São perspectivas!

sábado, 4 de dezembro de 2010

minhas retinas tão fatigadas

devia ser proibido debochar de quem se aventura em língua estrangeira
(Budapeste - Chico Buarque)


Da TV Estadão:

Em vídeo produzido pelo Instituto Moreira Salles Uma Pedra no Meio do Caminho é declamado em diversas línguas.

As declamações de que mais gosto são as em português, francês, alemão e espanhol.



No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

É preciso muito estudo

Por um idealismo sem ilusões

Do Civitas Maxima.org - Estudos Sergio Vieira de Mello:

A melhor leitura que já fiz para entender melhor não só o papel, mas as ações da ONU foi a biografia de Sergio Vieira de Mello

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

NASA-Funded Research Discovers Life Built With Toxic Chemical

Do site da NASA. Negritos são meus.


NASA-funded astrobiology research has changed the fundamental knowledge about what comprises all known life on Earth.

Researchers conducting tests in the harsh environment of Mono Lake in California have discovered the first known microorganism on Earth able to thrive and reproduce using the toxic chemical arsenic. The microorganism substitutes arsenic for phosphorus in its cell components.

"The definition of life has just expanded," said Ed Weiler, NASA's associate administrator for the Science Mission Directorate at the agency's Headquarters in Washington. "As we pursue our efforts to seek signs of life in the solar system, we have to think more broadly, more diversely and consider life as we do not know it."

This finding of an alternative biochemistry makeup will alter biology textbooks and expand the scope of the search for life beyond Earth. The research is published in this week's edition of Science Express.

Carbon, hydrogen, nitrogen, oxygen, phosphorus and sulfur are the six basic building blocks of all known forms of life on Earth. Phosphorus is part of the chemical backbone of DNA and RNA, the structures that carry genetic instructions for life, and is considered an essential element for all living cells.

Phosphorus is a central component of the energy-carrying molecule in all cells (adenosine triphosphate) and also the phospholipids that form all cell membranes. Arsenic, which is chemically similar to phosphorus, is poisonous for most life on Earth. Arsenic disrupts metabolic pathways because chemically it behaves similarly to phosphate.

"We know that some microbes can breathe arsenic, but what we've found is a microbe doing something new -- building parts of itself out of arsenic," said Felisa Wolfe-Simon, a NASA Astrobiology Research Fellow in residence at the U.S. Geological Survey in Menlo Park, Calif., and the research team's lead scientist. "If something here on Earth can do something so unexpected, what else can life do that we haven't seen yet?"

The newly discovered microbe, strain GFAJ-1, is a member of a common group of bacteria, the Gammaproteobacteria. In the laboratory, the researchers successfully grew microbes from the lake on a diet that was very lean on phosphorus, but included generous helpings of arsenic. When researchers removed the phosphorus and replaced it with arsenic the microbes continued to grow. Subsequent analyses indicated that the arsenic was being used to produce the building blocks of new GFAJ-1 cells.

The key issue the researchers investigated was when the microbe was grown on arsenic did the arsenic actually became incorporated into the organisms' vital biochemical machinery, such as DNA, proteins and the cell membranes. A variety of sophisticated laboratory techniques was used to determine where the arsenic was incorporated.

The team chose to explore Mono Lake because of its unusual chemistry, especially its high salinity, high alkalinity, and high levels of arsenic. This chemistry is in part a result of Mono Lake's isolation from its sources of fresh water for 50 years.

The results of this study will inform ongoing research in many areas, including the study of Earth's evolution, organic chemistry, biogeochemical cycles, disease mitigation and Earth system research. These findings also will open up new frontiers in microbiology and other areas of research.

"The idea of alternative biochemistries for life is common in science fiction," said Carl Pilcher, director of the NASA Astrobiology Institute at the agency's Ames Research Center in Moffett Field, Calif. "Until now a life form using arsenic as a building block was only theoretical, but now we know such life exists in Mono Lake."

The research team included scientists from the U.S. Geological Survey, Arizona State University in Tempe, Ariz., Lawrence Livermore National Laboratory in Livermore, Calif., Duquesne University in Pittsburgh, Penn., and the Stanford Synchroton Radiation Lightsource in Menlo Park, Calif.

NASA's Astrobiology Program in Washington contributed funding for the research through its Exobiology and Evolutionary Biology program and the NASA Astrobiology Institute. NASA's Astrobiology Program supports research into the origin, evolution, distribution, and future of life on Earth.

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Tirando o teatrinho jornalístico, o vídeo da Globonews explica bem a questão: