terça-feira, 27 de julho de 2010

Documentos sobre guerra no Afeganistão vazam

DOWNLOAD DOS ARQUIVOS: aqui e aqui

O vazamento só vem a confirmar o que já se sabia.

Paquistão, ao mesmo tempo em que recebe milhões de dólares dos EUA para servir de aliado estratégico regional na Guerra ao Terror, apóia membros do Talebã visando seu domínio da Caxemira ao insuflar extremistas.

As tropas do país que mais investe em ciência e indústria bélica, não estão preparadas para esse conflito gigantesco. A Wikileaks já havia divulgado um vídeo em que soldados em um helicóptero matam jornalistas. As tropas da OTAN, que frequentemente erram o alvo, não estão sob a supervisão que deveriam estar.

Etc, etc, etc.

Crimes de guerra? Certamente aparecerão. E agora? O Conselho de Segurança vai clamar por respeito à Convenção de Genebra e por condenações conjuntas aos responsáveis? Haha.

Do Correio do Povo:

Os relatórios (do período de janeiro de 2004 a dezembro de 2009) trazem informações sobre mortes de civis causadas por forças americanas e acusações de que serviços de inteligência do Paquistão teriam apoiado militantes do Talebã.

Segundo o fundador do Wikileaks, Julian Assange, à primeira vista, dá a impressão de que existem provas de crime de guerra nestes documentos.

Do The Guardian:

The Afghanistan war logs series of reports on the war in Afghanistan published by the Guardian is based on the US military's internal logs of the conflict between January 2004 and December 2009. The material, largely classified by the US as secret, was obtained by the whistleblower website Wikileaks, which has published the full archive. The Guardian, along with the New York Times and the German weekly Der Spiegel, was given access to the logs before publication to verify their authenticity and assess their significance.

Do Estadão:

Parte dos documentos revelam que, em agosto de 2006, um relatório da inteligência americana teria constatado que Bin Laden teria ido a uma reunião em Quetta, perto da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão. Segundo o material, ele e outros líderes insurgentes, como Mullah Omar, do Taleban, estariam planejando ataques terroristas.

Quase 200 relatórios dizem respeito à Força Tarefa 373, uma unidade militar especial cujo trabalho era matar ou capturar comandantes da Al-Qaeda e do Taleban. Os arquivos mostram 144 incidentes envolvendo civis afegãos, incluindo 195 mortes.

Papel do Paquistão

Muitos dos documentos sugerem que o serviço de espionagem do Paquistão pode estar ajudando o Taleban a planejar e realizar ataques contra as forças internacionais no Afeganistão. Alguns relatórios também apontam a cooperação dos paquistaneses com a organização terrorista Al-Qaeda.

Oficiais da inteligência americana dizem que há alguns anos o Paquistão cortou o contato com os grupos taleban. O material, porém, sugere que o diretório de Interserviços de Inteligência, conhecido também como ISI, pode ter ajudado os rebeldes pelo menos no passado.

Os documentos detalham várias ocasiões de cooperação entre o general aposentado Hamid Gul, chefe do ISI no fim da década de 80, e os insurgentes afegãos que lutavam contra os americanos nas regiões montanhosas do leste do país.

Segundo eles, o general auxiliava combatentes mujaheddin e tentava estabelecer contato com Gulbuddin Hekmatyar e Jalaluddin Haqqani, dois dos maiores líderes insurgentes do Afeganistão. Além dos últimos dois, Gul também fez contato direto com Mohammed Omar, atual líder do Taleban.

O governo paquistanês negou as alegações. "Esses relatórios não refletem nada além de comentários e rumores de apenas uma fonte, que não considera os lados do Afeganistão e do Paquistão e geralmente se revelam falsos depois de melhor examinados", disse Husain Haqqani, embaixador do Paquistão nos EUA.

Alienação

Boa parte do material divulgado também apresenta queixas de funcionários do governo e civis afegãos. Há reclamações sobre tropas mal equipadas, autoridades corruptas e sobre tropas americanas que parecem aguardar recursos para lutar.

Os documentos ainda destacam que as mortes de civis causadas por erros em operações militares alienou os afegãos. Embora o número de baixas de pessoas não ligadas à guerra tenha decaído nos últimos meses, muitas não foram registradas

Da Folha:

REAÇÃO AFEGÃ

O governo afegão disse estar "chocado" com a proporção do vazamento, mas afirmou que grande parte das informações "não são novas".

Em entrevista coletiva em Cabul, o principal porta-voz presidencial, Wahid Omar, disse que o presidente do país, Hamid Karzai, se mostrou "surpreso" pelos mais de 90 mil documentos que vazaram da organização Wikileaks, mas não por seu conteúdo, já que o governo afegão "reiterou sua preocupação há muito tempo" pelos assuntos abordados.

O governo expressou o desejo de que o vazamento sirva para "conscientizar ainda mais" as potências estrangeiras sobre dois problemas sobre os quais o país vem insistindo: a morte de civis e os refúgios de terroristas no Paquistão.

Sobre o papel desempenhado pela espionagem paquistanesa (ISI) na guerra afegã, Omar disse que desde 2006, quando aumentaram os ataques terroristas de grande envergadura, o governo do Afeganistão já avisou que o êxito militar no país dependia das áreas tribais paquistanesas.

"Os documentos vazados que lemos até agora nos ajudarão, esperamos, a entender o papel desses fenômenos na guerra do Afeganistão", concluiu o porta-voz.

Foto: AFP

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